quinta-feira, 16 de maio de 2019

Certidão de Registro ou Averbação


Santa Cruz, a Fazenda e o Bairro: Fontes para o Estudo de sua História. Monografia de minha autoria ainda não publicada em livro.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Novas Fontes para o Estudo da História de Santa Cruz

Por Elias Alves Historiador
Santa Cruz, Rio de Janeiro, RJ. Em 19/12/2018.
            
Alguns títulos de fontes sobre a História de Santa Cruz podem ser consultados no blog do NOPH, no artigo intitulado "Resumos e Fontes para o Estudo da História de Santa Cruz", de autoria do Historiador Adinalzir Pereira. Contudo, sempre haverá muitas outras fontes para o estudo da História local. Elas vão desde obras mais clássicas até pesquisas científicas de doutoramento ainda em andamento.

Abaixo segue uma lista de novos artigos sobre a Santa Cruz histórica. Selecionando o título do trabalho, você terá acesso ao link para os textos no Google.

No artigo "Relações sociais entre negros e índios nas fazendas inacianas - Rio de Janeiro, século XVIII", a Historiadora Márcia Amantino sublinha a importância dos relacionamentos econômicos e sociais entre escravos e índios no Setecentos para a manutenção tanto de si próprios quanto para o entendimento do processo de colonização. Já no trabalho "Reprodução Endógena e Mestiçagens dos Escravos nas Fazendas Jesuíticas na Capitania do Rio de Janeiro, 1759-1779", a mesma se debruça sobre a relação entre jesuitismo e escravidão nas fazendas da ordem no Rio de Janeiro, (Santa Cruz inclusive).

O artigo "Escola Mixta da Fazenda Imperial de Santa Cruz (1885-1889): Uma Proposta de Ensino Profissional do Imperador D. Pedro II", de autoria de Adriana Beaklini e Nailda Bonato, foca no projeto “civilizador” que a Escola Mixta representou no contexto abolicionista.

O Historiador João Corrêa já acumula uma profícua produção acadêmica sobre a Santa Cruz histórica. No texto "Escravidão e Música na Real Fazenda de Santa Cruz, séc. XIX", ele faz uma análise interessante a respeito do ofício da Música desempenhado pelos escravos da Fazenda de Santa Cruz tanto no período jesuítico como no posterior. O pesquisador escreveu também sua dissertação de Mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em História do Brasil da Universidade Salgado de Oliveira (PPGHB/UNIVERSO) intitulada "Imperial Fazenda De Sua Majestade O Imperador: Um Estudo Sobre a Administração Pública no Brasil Imperial", onde ele abrange a administração imperial da fazenda de Santa Cruz no século XIX e seu impacto sobre a escravaria local. Já no trabalho "Libertos da Nação: os meandros de uma liberdade", Corrêa analisa a situação dos recém-libertos da Fazenda de Santa Cruz. Em "Imperial Fazenda de Santa Cruz: Escravidão e Liberdade na Segunda Metade do Século XIX" (1856-1891), a fim de analisar o processo de libertação da escravaria da Fazenda, Corrêa se detém também sobre o período imediatamente anterior e posterior à Abolição (1856-1891). No artigo "Uma História Administrativa de Santa Cruz", o professor se debruça ainda sobre a história administrativa de Santa Cruz, desde a administração jesuítica colonial até o fim do Império em 1889.

Fruto de pesquisa de Mestrado em andamento, o trabalho "Os Administradores Da Real Fazenda De Santa Cruz – Rio De Janeiro, 1760 a 1821" de Thales Costa foca no período de transição da administração jesuítica para a joanina com foco no perfil sociopolítico dos administradores.

No artigo "Comunidades Escravas e Grandes Escravarias no Sudeste do século XIX", o saudoso professor Carlos Engemann apresenta as reflexões iniciais da pesquisa que ele conduziu em torno de algumas grandes escravarias do Sudeste no século XIX (Santa Cruz inclusive). Engemann escreveu também "Os escravos do Estado e o estado de seus escravos: o caso da Real Fazenda de Santa Cruz, RJ (1790-1820)", onde ele foca no impacto social que as transformações políticas do período de transição pós-jesuítico tiveram sobre a escravaria. Existe também disponível uma cópia da dissertação de Mestrado do autor intitulada "Os Servos de santo Inácio a serviço do Imperador: Demografia e relações sociais entre a escravaria da Real Fazenda de Santa Cruz, RJ. (1790- 1820)". Nesse trabalho, Engemann rejeita alegações de que o estudo da histórica Fazenda de Santa Cruz não tem relevância e mostra como, para muito além das notas pitorescas, a escravaria lá mostrou uma agência e vitalidade que seriam significativas para o todo histórico do período. Esse grande especialista escreveria ainda, juntamente com Cláudia Rodrigues e Márcia Amantino o texto "Os Jesuítas e a Ilustração na Administração de Manuel Martins do Couto Reis da Real Fazenda de Santa Cruz (Rio de Janeiro, 1793-1804)", onde eles se detêm no estudo daquela administração durante o período indicado para tentar responder ao paradoxo de como foi possível aquele representante típico da Ilustração Portuguesa ter sido tão grande admirador da administração jesuítica, a ponto de elevá-la a modelo.

Em "De chão religioso à terra privada: o caso da Fazenda de Santa Cruz", Fania Fridman faz uma verdadeira história fundiária da Fazenda de Santa Cruz que vai desde o período jesuítico até as transformações do século XIX.

A questão da propriedade em Santa Cruz também foi abordada pela professora Manoela Pedroza em tese de doutoramento defendida recentemente no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense (PPGH/UFF). A tese intitula-se "Capítulos para uma história social da propriedade da terra na América Portuguesa. O caso dos aforamentos na fazenda de Santa Cruz (Capitania do Rio de Janeiro, 1600-1870)". Nesse trabalho, Pedroza trata da construção dos direitos de propriedade no Brasil e toma a Fazenda de Santa Cruz como estudo de caso com um recorte amplo que vai desde o século XVI até 1870. Infelizmente até o momento da publicação deste artigo, a tese não havia sido disponibilizada no site do PPGH/UFF, mas o NOPH possui uma cópia em PDF disponível para quem tiver interesse.

Outra tese de doutoramento que pode ser útil aos interessados na História de Santa Cruz é o trabalho intitulado "Escravos da Nação: o público e o privado na escravidão brasileira, 1760-1876", de Ilana Rocha. Nessa monografia defendida no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de São Paulo (PPGHE/USP) em 2012, a Historiadora analisa a situação específica dos “escravos da nação” no período pós-jesuítico e imperial, com análises pormenorizadas para a Fazenda de Santa Cruz, entre outras.

No artigo "Fazenda Jesuítica Imperial, Nacional de Santa Cruz: da acumulação fundiária à colonização agrícola dirigida (Fazenda Nacional de Santa Cruz, Rio de Janeiro, 1850-1930", de autoria de Henrique Silva e Max Oliveira, esses dois historiadores uniram-se para abordar a dinâmica da história fundiária da Fazenda no período de 1850 a 1930.

Henrique Dias também estudou a experiência de colonização conhecida como Núcleo de Colonização de Santa Cruz (NCSC) entre as décadas de 1930-60, com ênfase nos projetos oficiais e nos anteprojetos dos colonos. Seu trabalho "Nas tramas da colonização: uma história social dos colonos e da colonização agrícola em Santa Cruz. (Estado do Rio de Janeiro, 1930-1968)" foi apresentado como Dissertação de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em História da UFRRJ (PPGH/UFRRJ) em 2017.

Ainda defendida em 2017 no PPPGH/UFRRJ temos a dissertação de Mestrado intitulada "Do Boi só não se aproveita o Berro! O comércio das carnes verdes e as transformações socioeconômicas da Imperial Fazenda de Santa Cruz com a construção do Matadouro Industrial (1870-1890)", de autoria de Edite Costa. Nesse trabalho a autora observa as questões sociais e econômicas, bem como as relações de poder envolvidas no processo de transferência e construção do matadouro imperial entre 1870-1890.

Para o pesquisador da área de Patrimônio há ainda o trabalho "Fazenda Real De Santa Cruz – Patrimônio Histórico", em que o professor Sinvaldo Souza discute a importância de Santa Cruz enquanto patrimônio histórico.

Há também o artigo "A Fazenda de Santa Cruz e a Crise do Sistema Colonial (1790-1815)", onde Sônia Viana foca no período de transição pós-jesuítico e nas medidas que a coroa portuguesa empreendeu para tornar o latifúndio de Santa Cruz um modelo visando fazer face às alterações no Império no contexto da crise do Antigo Sistema Colonial.

Até aqui citamos somente fontes secundárias para a História de Santa Cruz. Entendemos, a grosso modo, que fontes primárias (ou “de primeira mão”) e secundárias ou (“de segunda mão”) são, respectivamente, as produzidas na época estudada e as produzidas a partir dessas, normalmente em forma de historiografia. Desse modo, para aqueles interessados em se aprofundar ainda mais usando fontes primárias há o "Fundo: Fazenda Nacional de Santa Cruz: inventário dos documentos textuais" que, além de ser um guia para o maior Fundo documental sobre a Fazenda de Santa Cruz, apresenta introdutoriamente um pequeno resumo da História Geral daquela Fazenda.

Concluindo, podemos dizer que essa lista nem de longe é conclusiva. Cada um desses trabalhos têm conduzido a pesquisas muito mais aprofundadas sobre os aspectos abordados neles que se relacionam com a História do bairro. Isso também se dá porque além de muitas dessas pesquisas estarem em andamento, existem muitas fontes inéditas para abordar e novos olhares sobre documentos e dados antigos, bem como metodologias e interesses renovados. Na verdade, todo esse revisionismo é da natureza da História-Ciência (RUSEN, 2001: 37; CARR, 1961: 29; TOSH, 2011: 208).

Isso tudo faz da História de Santa Cruz um tema amplo, vivo, dinâmico e sempre inconcluso, aberto a saudáveis tensões historiográficas e em processo de constante (re)elaboração e revisão, muito longe de visões cristalizadas que poderíamos ter sobre o ela.

Referências:
AMANTINO, M. Relações sociais entre negros e índios nas fazendas inacianas - Rio
de Janeiro, século XVIII. In: Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder,
Violência e Exclusão. ANPUH/SP-USP. São Paulo, 08 a 12 de setembro de 2008. Acesso em 3/12/2018.

Reprodução Endógena e Mestiçagens dos Escravos nas Fazendas Jesuíticas na Capitania do Rio de Janeiro, 1759-1779. In: Revista História e Cultura, Franca-SP, v.3, n.2, p.250-273, 2014. Acesso em 3/12/2018.

Arquivo Nacional (Brasil). Coordenação de Documentos Escritos. Equipe de Documentos do Poder Executivo e Legislativo. Fundo: Fazenda Nacional de Santa Cruz: inventário dos documentos textuais (códices)/Equipe de Documentos do Executivo e Legislativo; Sátiro Ferreira Nunes. 2ª. ed. rev. - Rio de Janeiro : o Arquivo, 2017. Acesso em 4/12/2018.

BEAKLINI, A. V. & BONATO, N. M. C. Escola Mixta da Fazenda Imperial de Santa Cruz (1885-1889): Uma Proposta de Ensino Profissional do Imperador D. Pedro II. In: IX Seminário Nacional De Estudos E Pesquisas “História, Sociedade E Educação No Brasil” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos. Acesso em 04/12/2018.

CARR, E. O Historiador e seus fatos. In: Que é História? Rio de Janeiro – RJ: Paz e Terra, 1961. (2ª. Ed.).

CORREA, J. B. Escravidão e Música na Real de Santa Cruz, séc. XIX. In: AMANTINO, Marcia e ENGEMANN, Carlos (ORGS). Anais do II Fórum Discente do Mestrado em História do Brasil da UNIVERSO, 2016. Acesso em 3/12/2018.

Imperial Fazenda de Santa Cruz: Escravidão e Liberdade na Segunda Metade do. Oitocentos (1856-1891). Dissertação de Mestrado defendida em 2016 no Programa de Pós-Graduação em História do Brasil da Universidade Salgado de Oliveira (PPGHB-UNIVERSO). Acesso em 4/12/2018.

Imperial Fazenda De Sua Majestade O Imperador: Um Estudo Sobre a Administração Pública no Brasil Imperial. In: Revista Sobre Ontens 2016. Acesso em 3/12/2018.

Libertos da Nação: os meandros de uma liberdade. Revista Movimentos, Trânsitos e Memórias. SARMIENTO, E.; CARVALHO, M. P. & FLIER, P. Niterói – RJ: Editora ASOEC/UNIVERSO, 2016, pp. 219-231. Acesso em 26/11/2018.

Imperial Fazenda de Santa Cruz: Escravidão e Liberdade na Segunda Metade do Século XIX (1856-1891). In: AMANTINO, M. & RODRIGUES, F. Trajetórias e Desafios: dez anos produzindo conhecimento (2006-2016). Publicação do Programa de Pós-Graduação em História do Brasil da Universidade Salgado de Oliveira (PPGHB/UNIVERSO). Niterói – RJ: UNIVERSO, 2016, pp. 118-124. Acesso em 4/12/2018.

Uma História Administrativa de Santa Cruz. In: AMANTINO, Marcia e ENGEMANN, Carlos (ORGS). Anais do I Fórum Discente do Mestrado em História do Brasil da UNIVERSO, 2014. artigo em PDF, acesso em 3/12/2018, disponível em: http://revista.universo.edu.br/index.php?journal=1reta2&page=article&op=view&path%5B%5D=1760&path%5B%5D=1179

COSTA, E. De Boi não se aproveita o Berro! O comércio das carnes verdes e as transformações socioeconômicas da Imperial Fazenda de Santa Cruz com a construção do Matadouro Industrial (1870-1890). Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (PPGH/UFRRJ), 2017. Disponível em:
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5566067 Acesso em19/12/2018.

COSTA, T. G. T. Os Administradores Da Real Fazenda De Santa Cruz - Rio De Janeiro, 1760 A 1821. Publicação do XXIX Simpósio Nacional de História. 

ENGEMANN, C. Comunidades Escravas e Grandes Escravarias no Sudeste do século XX, s/d e s/ed. 

Os escravos do Estado e o estado de seus escravos: o caso da Real Fazenda de Santa Cruz, RJ (1790-1820). In: Cadernos de Ciências Humanas - Especiaria. v. 10, n.18, jul. - dez. 2007, p. 591-622. Acesso em 3/12/2018.

Os Servos de santo Inácio a serviço do Imperador: Demografia e relações sociais entre a escravaria da Real Fazenda de Santa Cruz, RJ. (1790- 1820), cópia em PDF de dissertação de Mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em História Social da UFRJ (PPGHIS/UFRJ) no ano de 2002. Acesso em 3/12/2018.

ENGEMANN, C.; RODRIGUES, C.; AMANTINO, M. Os Jesuítas e a Ilustração na Administração de Manuel Martins do Couto Reis da Real Fazenda de Santa Cruz (Rio de Janeiro, 1793-1804). In: História Unisinos13(3):241-252, Setembro/Dezembro 2009, artigo em PDF. Acesso em 4/12/2006.

FRIDMAN, F. De chão religioso à terra privada: o caso da Fazenda de Santa Cruz. Artigo publicado no Simpósio internacional Estrategias productivas y transformaciones del espacio en el mundo rural. Uruguay, Brasil y Argentina (siglos XIX y XX). s/d e s/ed. Acesso em 4/12/2018.

PEDROZA, M. Capítulos para uma história social da propriedade da terra na América Portuguesa. O caso dos aforamentos na fazenda de Santa Cruz (Capitania do Rio de Janeiro, 1600-1870). Tese de Doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense (PPGH/UFF). 2018. Até o momento de produção desta tabela, a tese não estava disponibilizada no site do PPGH. Interessados podem procurar a cópia em PDF no NOPH ou consultar em: http://www.historia.uff.br/

ROCHA, I. P. “Escravos da Nação”: o público e o privado na escravidão brasileira, 1760-1876. Tese de Doutorado (USP/FFLCH/PPGHE), São Paulo – SP: 2012. Acesso em 26/11/2018.

RÜSEN, Jorn. Tarefa e funçã.o de uma teoria da História. In: Razão Histórica. Teoria da História: os fundamentos da ciência histórica. Brasília: UNB, 2001.

SILVA, H. D. S. & OLIVEIRA, M. F. R. Fazenda Jesuítica Imperial, Nacional de Santa Cruz: da acumulação fundiária à colonização agrícola dirigida (Fazenda Nacional de Santa Cruz, Rio de Janeiro, 1850-1930). In: Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro - RJ, N.14, 2018, pp. 169-191, arquivo em PDF. Acesso em 4/12/2018.

SILVA, H. D. S. Nas tramas da colonização: uma história social dos colonos e da colonização agrícola em Santa Cruz. (Estado do Rio de Janeiro, 1930-1968). Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (PPGH/UFRRJ), 2017. Disponível em:
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5040592. Acesso em 4/12/2018.

SOUZA, S. de N. Fazenda Real De Santa Cruz – Patrimônio Histórico, artigo sem data em PDF, Acesso em 5/12/2018.

TOSH, J. A Busca da História: objetivos, métodos e as tendências no estudo da história moderna. Petrópolis – RJ: Vozes, 2011.

VIANA, S. B. R. A Fazenda de Santa Cruz e a Crise do Sistema Colonial (1790-1815). Artigo em PDF sem data disponível. Acesso em 3/12/2018.

sábado, 26 de agosto de 2017

Arquivo de imagens sobre Santa Cruz

Figura 1


Nesse mapa do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária de 1956, o bairro de Santa Cruz é apenas uma pequena parte do extenso território que formava a Fazenda Real e Imperial de Santa Cruz, cujos limites iam da Baía de Sepetiba aos contrafortes da Serra de Matacães no município de Vassouras e da Fazenda dos Carmelitas, de Guaratiba até Itaguai.

Figura 2


Aquarela de Santa Cruz (1816) de autoria de Jean Baptiste Debret, que faz parte do II volume da “Viagem Pitoresca a Histórica ao Brasil”, onde podemos perceber o conjunto urbanístico da Fazenda de Santa Cruz naquele período.

Figura 3


Fazenda de Santa Cruz, 1844. Desenho de Eduard Hildebrandt. Onde se pode notar as senzalas dos escravos e o prédio da Fazenda de Santa Cruz num plano mais horizontal.

Figura 4


Desenho de Hildebrandt, 1844. Santa Cruz. Onde se vê o prédio da Fazenda e as senzalas dos escravos. Visto provavelmente do Morro do Mirante.

Figura 5


Aquarela de autoria do pintor austríaco Thomas Ender, retratando o Palácio Real de Santa Cruz em 1817. O prédio, foi construído em meados do século XVIII para servir como residência e igreja dos padres jesuítas, após ter sido confiscado pelo governo português, com a expulsão dos padres da Companhia de Jesus (Jesuítas) foi reformado e ampliado para servir como residência rural da Família Real. Nele, D. João VI, Dom Pedro I, Dom Pedro II e a Princesa Isabel passavam momentos de descanso e veraneio.

Figura 6


Palácio Imperial de Santa Cruz, 1823. Desenho de Maria Graham, do livro “Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada nesse país durante parte dos anos de 1821, 1822 e 1823”.

Figura 7 


Prato de porcelana da Cia-das-Índias. Pertencente a Real Fazenda de Santa Cruz. Serviço dos Pavões de D. João VI. China, Séc. XVIII. Reproduzido da página 178 do livro "A Porcelana da Companhia das Índias nas Coleções Particulares Brasileiras" por Jorge Getúlio Veiga.


Figura 8

Prato de porcelana da Cia. das Índias, pertencente a Real Fazenda de Santa Cruz. Serviço dos Galos de D. João VI. China, Século XVIII.

Figura 9
Prato de porcelana da Cia. das Índias, pertencente a Real Fazenda de Santa Cruz. Serviço Vista Grande de D. João VI. China, Século XVIII.
Figura 10

Prato de Porcelana da Cia. das Índias, pertencente a Real Fazenda de Santa Cruz. Serviço da Vista Pequena de D. João VI. China, Século XVIII.


Figura 11


Imagem de autoria do pintor belga Benjamin Mary, que foi o primeiro embaixador da Bélgica no Brasil, documentando o Mirante de Santa Cruz, no retrato, feito em 1837, é possível ver além do antigo Palácio Imperial, D. Pedro II com apenas 14 anos de idade apreciando a vista da fazenda.

Reflexões sobre a Santa Cruz de ontem e de hoje

O bairro de Santa Cruz encontra-se localizado no extremo oeste da Cidade do Rio de Janeiro, faz fronteira com os municípios de Itaguaí e Seropédica e pertence a jurisdição da 19ª Região Administrativa, que inclui também as regiões de Paciência e Sepetiba. Outrora foi uma das mais prósperas fazendas jesuíticas sendo até mesmo denominada a "Joia da Coroa", servindo como residência opcional de férias da família real brasileira durante todo o século XIX. Em termos culturais, Santa Cruz é um bairro importante, sob o ponto de vista histórico, possuindo ainda vários monumentos históricos representativos de sua fase áurea.

Com uma área territorial de 163,73 Km2, com 1406 logradouros e 2.456.509 metros quadrados de área construída, Santa Cruz foi aos poucos adquirindo características de cidade, um comércio bem desenvolvido, com várias agências bancárias e inúmeras e diversificadas lojas, um sistema educacional que atende de forma satisfatória à demanda, com 97 escolas municipais, alguns colégios, estaduais, dezenas de colégios e escolas da rede particular de ensino e a sua primeira instituição de ensino universitário, a Faculdade Machado de Assis, que oferece cursos de Letras, Matemática, Ciências Contábeis, Administração e Turismo. Há também unidades universitárias da Faculdade da Cidade (UniverCidade) e da Universidade Estácio de Sá, entre outras.

Embora não funcione plenamente para a população, o Hospital Estadual Dom Pedro II foi planejado para servir como hospital de referência para o tratamento de queimaduras. Na região existem postos municipais de saúde e diversas clínicas particulares. 


Na área de segurança, além de duas grandes unidades militares da Forças Armadas (Base Aérea de Santa Cruz e Batalhão Escola de Engenharia) a região conta com uma Delegacia Policial, um Destacamento do Corpo de Bombeiros, um Batalhão da Policia Militar e diversos destacamentos da PM instalados em conjuntos periféricos. O Fórum de Santa Cruz funciona com diversas varas  jurídicas. Devido ao rápido crescimento urbano, o sistema viário vai exigindo urgentes providências, como a construção de uma rodoviária, novos viadutos sobre a estrada de ferro e ampliação dos logradouros que fazem a interligação da avenida das Américas com a avenida Brasil.

O transporte ferroviário, apesar de sua precariedade, ainda é bastante utilizado pela população, mas já existem algumas linhas de ônibus que ligam Santa Cruz ao centro do Rio de Janeiro, como também aos municípios de Itaguaí, Seropédica, Mangaratiba e Angra dos Reis.

Sob o ponto de vista eclesiástico, Santa Cruz possui as paróquias de Nossa Senhora da Conceição, a maior e mais imponente e que reúne a população residente no centro do bairro, dos Jesuítas, de Paciência, Sepetiba, Palmares, Areia Branca, Nossa Senhora da Glória (Curral Falso) e diversas capelas espalhadas pelos conjuntos residenciais e localidades vizinhas. Tem crescido bastante o número de templos evangélicos na região, que também possui centros espíritas e igrejas de outros credos.

A Biblioteca Municipal de Santa Cruz é um dos espaços destinados à prática do lazer cultural. Existem bibliotecas particulares, clubes desportivos, 67 praças e 4 largos, fazendo um total de 184.572 de área destinada aos parques e jardins, o que é muito pouco para uma população de quase 314 mil habitantes, segundo dados do IBGE do Censo Nacional de 2000.

No segundo Governo do Prefeito César Maia, o bairro passou por uma grande transformação urbanística a partir do Programa Rio Cidade Santa Cruz. Além das obras de embelezamento foram realizadas intervenções na rede de esgoto da parte central e no sistema de iluminação e sinalização. Em 2004 foi inaugurada a Cidade das Crianças Leonel Brizola, que funciona como Parque Temático da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, destinado, em especial, às crianças e adolescentes.

Também já se encontram em pleno funcionamento em Santa Cruz, a Vila Olímpica e a Lona Cultural Sandra de Sá, duas novas opções para a prática do lazer cultural pela população. Há também um posto de atendimento e informações turísticas, localizado na entrada da Avenida Padre Guilherme Decaminada, no final da Avenida Brasil e uma exposição permanente de textos, documentos e objetos históricos produzidos em três dimensões, na Rua Felipe Cardoso, a principal do bairro, dentro do Programa "Uma Rua conta a sua História”.

Santa Cruz é atualmente um bairro em franco crescimento. Possui um comércio bem desenvolvido, várias agências bancárias e inúmeras e diversificadas lojas, um sistema educacional que atende satisfatoriamente à demanda, o Hospital Estadual Dom Pedro II que foi planejado para servir como hospital de referência para tratamento de queimaduras.

Foram instalados, especialmente nas proximidades da Avenida João XXIII, vários empreendimentos industriais de peso, especialmente a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), que modificou a paisagem e dinamizou a economia do bairro. Também está programada para entrar em funcionamento até o fim de 2013, uma grande fábrica da Rolls-Royce Energy, fabricante de turbo-geradores de energia para plataformas marítimas.

Santa Cruz também se caracteriza como um bairro proletário, com diversos problemas de transporte, falta de saneamento adequado em certos pontos, comunidades carentes e sérios problemas ambientais. Com o aumento da população, a violência no bairro só tem aumentado. A ação da polícia se concentra no combate ao tráfico de entorpecentes nas favelas do entorno, bem como na ação de milicianos, que são os responsáveis pelo controle do transporte alternativo, exploração de serviços ilegais de eletricidade, gás e televisão a cabo.

A importância do NOPH e do ECOMUSEU DE SANTA CRUZ

Entretanto, além destas obras, outros fatores irão influenciar no aumento do interesse pela história local nesse período. O principal deles, como apresentado no início deste trabalho foi a atuação do NOPH - Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz.

Através de projetos e atividades voltadas para a comunidade local, sua atuação ultrapassou os limites geográficos da região, contribuindo para o estímulo da memória coletiva e da pesquisa histórica. Em sua biblioteca encontramos um acervo bibliográfico e museológico, com grande parte da história de Santa Cruz, podendo ser consultado por estudantes, pessoas interessadas na história local e outros pesquisadores.

A publicação dos boletins do NOPH foi outro elemento importante que propiciou o interesse pela história local nesse período. Esses impressos, num total de 33 unidades, em formato tabloide, foram distribuídos em bibliotecas, museus, arquivos, centros culturais, escolas e universidades, e muitas vezes entregues até nas próprias ruas do bairro. A importância desses boletins ultrapassou os próprios limites da região de Santa Cruz e sua distribuição alcançou outros Estados, o Distrito Federal, chegando até o exterior.
 
Esses boletins irão contribuir para o crescimento do NOPH e vários fatores irão justificar a sua importância. Entre eles podemos destacar as facilidades que esses pequenos tabloides ofereceram em termos de espaço para a divulgação de imagens, numa época em que ainda não existiam os recursos tecnológicos de hoje, além de contribuir para uma maior aproximação do leitor com a história do bairro.
 
Outra grande contribuição para a história de Santa Cruz foi a criação de um Ecomuseu, cujo marco inicial surgiu a partir da realização do I Encontro Internacional de Ecomuseus realizado no Rio de Janeiro em maio de 1992. A finalidade era discutir um novo pensamento que começava a surgir na Museologia, entre as décadas de 1960 e 1970. 

Essas experiências começaram a surgir no México e foram concretizadas na França, com o desenvolvimento de diversas experiências eco museológicas voltadas para o trabalho comunitário, em busca de respostas e soluções para seus problemas, e a partir daí a Museologia atuaria como o elo entre o passado e o presente. Ainda neste Encontro, vários membros do NOPH se fizeram presentes constatando que as experiências e o trabalho desenvolvido desde 1983, eram de certa forma muito semelhantes aquelas que eram colocadas pelos participantes.  

A partir do reconhecimento por parte desses especialistas, Santa Cruz passou a sediar aquele que seria o primeiro Ecomuseu do Rio de Janeiro, denominado Ecomuseu do Quarteirão Cultural do Matadouro, localizado ao lado de inúmeras unidades escolares e outros prédios históricos.

Em 1° de setembro de 1995 a Lei do Ecomuseu foi sancionada pela Prefeitura do Rio, após ser votada e aprovada pela Câmara Municipal, passando a fazer parte da estrutura da Secretaria Municipal de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro. A Lei Municipal recebeu o número 2.354. Com a criação do Ecomuseu, a comunidade de Santa Cruz iniciou então uma nova fase em sua história e tenta até hoje desbravar os obstáculos na luta por melhores condições de vida.

O Ecomuseu se tornou então um espaço livre, vivo, sem donos ou dogmas, amplamente independente de políticos, governo ou partidos e somente a vontade e a luta da comunidade serão capazes de levar adiante este projeto, com a presença de todos aqueles que têm interesse em construir a nossa história e a história de Santa Cruz.
 
O Ecomuseu do Quarteirão Cultural do Matadouro atualmente tem sua sede administrativa no Centro Cultural Dr. Antônio Nicolau Jorge, Rua das Palmeiras Imperiais, s/nº, Santa Cruz. Neste local encontra-se todo o acervo do NOPH e podem ser dadas todas as informações sobre a História de Santa Cruz, de outros bairros da Zona Oeste, da Costa Verde e da própria cidade do Rio de Janeiro. A partir da sua criação e da distribuição dos seus boletins, editados pelo NOPH a partir de 1993, denominados de Quarteirão, muito se contribuiu para a divulgação da história local e o reconhecimento da importância do bairro e da antiga Fazenda de Santa Cruz entre estudantes e pesquisadores das mais diversas áreas.

Fonte: Arquivo Particular. Lamego, Adinalzir Pereira (2012)
Na foto acima vemos o Palacete Princesa Isabel, construído na área da Antiga Fazenda Imperial de Santa Cruz (Avenida do Matadouro) para ser a sede administrativa do Matadouro Público. Foi inaugurado em 1881, com a presença do Imperador Pedro II. Em estilo arquitetônico neoclássico. O prédio abrigou em 1886 o Colégio Princesa Isabel, depois denominado Escola Estados Unidos, Escola Politécnica e Ginásio Princesa Isabel. Hoje funciona como Centro Cultural Municipal de Santa Cruz. Onde se localiza também a Biblioteca Municipal do bairro.

Hoje instalado na nova sede, o NOPH – Ecomuseu de Santa Cruz tem despertado o interesse de inúmeros pesquisadores interessados na história da Fazenda de Santa Cruz. Recebendo pessoas dos mais diversos bairros do Rio de Janeiro para conhecer a região que um dia foi a sede da Fazenda, frequentada pelo poder real e depois pelos imperadores. 

As relíquias patrimoniais existentes no território do antigo bairro nos remetem a um tempo em que viajantes estrangeiros, acompanhando a Corte, fizeram importantes registros de uma época, através de aquarelas, pinturas, diários de viagem, crônicas e mais tarde fotografias como as de Augusto Malta, documentos valorizados pelos pesquisadores e curiosos, extremamente importantes para interpretar o passado e abrir olhos e mentes para o futuro.
 
Observamos, que junto com as pessoas que vem de outras regiões da cidade, os que vivem em Santa Cruz, tem se voltado cada vez mais para a construção da memória e assim, novos espaços de lazer e entretenimento vão sendo criados no bairro e no Centro de Documentação do NOPH / Ecomuseu de Santa Cruz com informações culturais e imagens quase perdida s no tempo.

O que será que procuram esses pesquisadores? Talvez seja um pequeno pedaço da história que não viveram e sequer conheceram em sua vida na cidade partida do Rio de Janeiro, que ignorou por décadas essa parte da zona oeste carioca que um dia já foi sede de governo nas temporadas de veraneio de D. João VI, D. Pedro I e D. Pedro II. Uma história que muito poucos conhecem.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

As principais publicações produzidas

A partir do final do século XIX e durante todo o século XX e XXI irão surgir várias publicações sobre Santa Cruz. Entre elas podemos destacar o trabalho do intelectual, jornalista, pesquisador e um dos principais divulgadores da história de Santa Cruz, Benedicto de Freitas. Que passou praticamente toda a sua vida desenvolvendo pesquisas sobre a história da região, incluindo Sepetiba, Itaguaí, Mangaratiba, Rio Claro, São João Marcos e os demais municípios que integravam a área da antiga Fazenda dos Jesuítas. Cujos limites abrangiam dez léguas, indo até a freguesia de Sacra Família do Tinguá, ao Norte, partindo do litoral de Sepetiba, ao Sul, e alcançando a Ilha de Guaraqueçaba, em Guaratiba, a mata da Paciência e o morro do Marapicu, do lado Leste, expandindo-se até a Ilha de Itingussu, no Distrito de Itacuruçá, município de Mangaratiba.

Devido à abrangência territorial e o vasto período focalizado por seus estudos, além do seu caráter detalhista, Benedicto permaneceu quase meio século entre bibliotecas, arquivos e museus em busca de fontes para a sua obra, e seus livros tem sido bastante utilizados por pesquisadores do meio universitário que se valeram dos seus escritos para a elaboração de teses de mestrados, doutorados e publicação de livros de caráter acadêmico. Além de duas edições do livro "História do Matadouro de Santa Cruz", o primeiro publicado em 1950 e o segundo em 1977, lançou, entre 1985 e 1987, os três mais importantes volumes sobre a História de Santa Cruz, alcançando os períodos Jesuítico, Real e Imperial. Graças ao seu trabalho, a história de Santa Cruz tornou-se muito mais conhecida e respeitada.





Outro autor que poderíamos citar aqui como um dos mais importantes desse período e também por se tratar de um historiador santa-cruzense é o pesquisador Márcio Antônio de Azevedo, cujo livro "História de Santa Cruz para crianças" conta a história desse importante bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, importante trabalho editado em julho de 1984 por sugestão do então vereador Osvaldo Luís Felisberto de Carvalho, com apoio do NOPH e da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. E uma obra fundamental para o estímulo, a preservação e a memória afetiva dos adultos e crianças da comunidade local e uma das tentativas mais sinceras e comprometidas com a História Regional do Brasil de que se tem notícia.  
              
Outros livros, monografias e teses de mestrado

Além das obras acima citadas, foram produzidos nesse período, muitos outros livros e trabalhos que merecem ser relacionados e consultados:

"Segunda Viagem do Rio a Minas e São Paulo - 1823", de Augusto de Saínt- Hilaire, Tradução de Afonso de E. Taunay. Livro publicado pela Livraria Martins. Nessa obra o autor fala pouco sobre Santa Cruz e mais sobre Itaguaí. Trata-se, porém, de um livro de grande interesse para a história local, pois Itaguaí fora, no período dos Jesuítas, parte da antiga Fazenda de Santa Cruz.

"História da Companhia de Jesus no Brasil". Livro de autoria do padre Serafim Leite. Escrito em 10 volumes onde o Tomo VI traz importantes considerações sobre a fase jesuítica de Santa Cruz. Devido a sua condição de jesuíta, foi possível ao autor ter acesso a importantes documentos históricos que são mencionados nesta edição.

"Dom Pedro Primeiro e a Marquesa de Santos", de Alberto Rangel. Trata-se de uma obra escrita partindo de cartas íntimas e de outros documentos públicos e particulares. O autor cita diversas vezes a presença de D. Pedro I em Santa Cruz e transcreve alguns documentos produzidos nesta região. Obra com 467 páginas, ilustrada com fotografias, gravuras e mapas.

"A Vida de Dom Pedro I", de Octávio Tarquínio de Souza. Obra em 3 volumes publicada pela Biblioteca do Exército. Contém várias referências sobre D. Pedro I em Santa Cruz, inclusive com gravuras do antigo Palácio.

"O Negro e a Igreja", de D. João Evangelista Martins Terra. Livro das Edições Loyola. No capítulo "Os Escravos dos Jesuítas", o autor, ele próprio um inaciano, fala da organização social da Fazenda de Santa Cruz, com base nas obras do padre Serafim Leite. 
 
"Poliantéia de Santa Cruz", Revista ilustrada publicada pela Sociedade Musical Francisco Braga, em homenagem ao 1º centenário da anexação de Santa Cruz ao Distrito Federal - 1833-1933. Trata-se de uma publicação rara. Os textos falam sobre assuntos históricos, sociais, políticos, religiosos, educacionais e culturais.

"Meios de Transporte no Rio de Janeiro - História e Legislação", de Francisco Agenor de Noronha Santos. Contribuição fotográfica de Augusto Malta. 2 volumes. Rio de Janeiro, Tipografia do Jornal do Comércio, 1934. Trata-se de uma obra rara, que apresenta várias referências ao transporte em Santa Cruz, desde a utilização das "cadeirinhas de arruar" pelos padres jesuítas, até as concessões de linhas de bondes, com tração animal e a "Companhia de Navegação Santa Cruz", aqui implantadas no final do período monárquico.

"Terra Carioca - Fontes e Chafarizes". Livro de Magalhães Corrêa. Edição da Imprensa Nacional, 1939. No capítulo XX, o autor faz importantes referências a Ponte dos Jesuítas em Santa Cruz, ilustrando com três gravuras de sua autoria. 
                                                   
"Os Jesuítas nas Terras de Piracema". Livro de Magalhães Corrêa. Obra rara, ilustrada com mapas e fotografias da Ponte dos Jesuítas, contendo importantes informações sobre a fase inicial da história de Santa Cruz. 
 
"Baixada de Sepetiba". Livro de autoria de Hildebrando de Araújo Góes, Diretor do Departamento de Obras e Saneamento, publicado pela Imprensa Nacional em 1942. Com 365 páginas. Contem fotografias, gravuras, plantas, tabelas e histórico com várias referências a Santa Cruz.

"Os Engenhos de Açúcar no Recôncavo do Rio de Janeiro em fins do século XVIII". Livro de autoria do geógrafo Alberto Ribeiro Lamego, publicado em separata pela Revista Brasil Açucareiro, volume XVIII, dezembro de 1942. Neste trabalho, Lamego dedica um capítulo ao estudo dos engenhos existentes em Santa Cruz, citando em particular o trabalho desenvolvido pelo Coronel Manoel Martins do Couto Reis.
  
"Dom Pedro Primeiro e a Marquesa de Santos", de Alberto Rangel. A 1ª edição foi escrita em 1916 e em 1928 foi reeditada com acréscimos e correções. Trata-se de uma obra escrita por um conceituado erudito (Rangel era diplomata) partindo de cartas íntimas e de outros documentos públicos e particulares. Alberto Rangel menciona a presença do Imperador D. Pedro I em Santa Cruz inúmeras vezes, transcrevendo alguns documentos produzidos nesta região. Obra com 467 páginas, ilustrada com fotografias, gravuras e mapas.

"Capítulos da História Colonial", de Capistrano de Abreu. Rio de Janeiro, 1934. Segundo o autor, os jesuítas só chegaram em Santa Cruz em 1596. "Com tão vastas áreas planas para as plantações, não parece porém haver sido a região procurada pelos primeiros emigrantes do Castelo, visto que a primeira sesmaria ali doada e que menciona a relação de Matoso Maia, foi a de Bartolomeu Antunes, no Guandu, em 1558. Explica-se o menosprezo por essas terras pela atração geográfica dos rios da Guanabara, mais buscados pelos sesmeiros quinhentistas, devido ao fácil transporte de mercadorias para o comércio da Cidade". Todos conhecemos a seriedade de um historiador como Capistrano de Abreu, desta forma a fundação de Santa Cruz teria ocorrido nove anos antes do comemorado, ou seja, em 1558 e não 1567.

"História da Independência do Brasil", de Francisco Adolfo de Varnhagen (Visconde de Porto Seguro). 6a edição, MEC, INL, 1972. Neste livro Varnhagen faz citação à Fazenda de Santa Cruz no capítulo V.

"Aldeia de São Francisco Xavier", de Joaquim Norberto de Souza e Silva. In Memória Histórica e Documentada das Aldeias de Índios da Província do Rio de Janeiro, IHGB, Rio de Janeiro, 1855. No capítulo IV (Aldeia de São Francisco Xavier) que trata dos índios Itinga, primeiros habitantes de Itaguaí, o autor fala da Fazenda Real de Santa Cruz, anexando inúmeros documentos de grande importância para o conhecimento da região.
   
"História da Cidade do Rio de Janeiro", de Nelson Costa. Rio de Janeiro, 1933. Neste livro o autor relaciona a vinda de materiais para a edificação de construções na Fazenda Real de Santa Cruz.
  
"Cartas do Padre José de Anchieta", de José de Anchieta. Rio de Janeiro, 1933. Em uma dessas cartas o autor faz referência a entrada de colonos através do Porto de Sepetiba, na Fazenda de Santa Cruz. "A vizinhança do Rio de Janeiro fez com que, desde a conquista da Guanabara, fosse a região visitada pelos colonizadores".

"Recordações do Rio Antigo", de Luís Edmundo. Em termos de História do Rio de Janeiro, Luís Edmundo dispensa qualquer apresentação. Este livro é uma obra considerada rara, publicado em 1950 pela Biblioteca do Exército. Nele existem várias referências a Santa Cruz, notadamente ao Regimento de Artilharia outrora aí existente.

"Relatório das Manobras e Exercícios Militares realizadas em 1905 no Curato de Santa Cruz". Publicação da Imprensa Nacional. Ano de 1906, 509 p. Contendo vários mapas, algumas fotografias e documentos que nos permitem conhecer como era Santa Cruz no início do século. XX. Biblioteca Nacional. Seção de Periódicos.

"Ferro-Carril e Navegação Santa Cruz - Relatórios". Período de fevereiro de 1879 até dezembro de 1885. Os relatórios podem ser consultados na Biblioteca Nacional, Seção de Periódicos. E se referem a Companhia de bondes puxados a burros de Santa Cruz a Sepetiba, bem como a ligação por meio de vapor entre Sepetiba e Parati, passando por Mangaratiba e Angra dos Reis.

"Tasso Fragoso, um pouco de História do nosso Exército", livro de autoria do General Tristão de Alencar Araripe. Bibliex Editora, Rio de Janeiro, 1960. 684 p. ilustrado. Na condição de Intendente Municipal, Tasso Fragoso apresenta uma resolução relacionada com o abastecimento de carne verde, cujo abate se dava no Matadouro de Santa Cruz. Também há referências aos exercícios e manobras militares realizadas nos campos do então Curato de Santa Cruz, além de uma fotografia que ilustra à obra, de um grupo de oficiais montados a cavalo em plena Rua Dr. Felipe Cardoso no ano de 1924.

"A Cidade do Rio de Janeiro e seu Termo: Ensaio Urbanológico", de João da Costa Ferreira. Rio de Janeiro, Imprensa Nacional. Nos capítulos III e IV o autor fala da presença dos jesuítas no Rio de Janeiro, bem como de sua expulsão em 1759, mencionando o Tombo da Fazenda de Santa Cruz e a formação dos subúrbios cariocas.
 
"Antiqualhas e Memórias do Rio de Janeiro", de Vieira Fazenda. Revista do IHGB, Tomo 86, vol. 140 e Tomo 95, vol. 149. O autor também faz referências a Fazenda de Santa Cruz, inclusive narrando episódios relacionados à expulsão dos padres jesuítas.

"Thomas Ender e o Brasil no reinado de Dom João VI". Na realidade o autor desse livro é J. F. de Almeida Prado, pois foi ele o organizador das anotações deixadas pelo pintor austríaco Thomas Ender que esteve em Santa Cruz entre 1817 e 1818, deixando vários desenhos da antiga Fazenda Real. O livro foi publicado pela Companhia Editora Nacional (SP) em 1955.

"Freguesias do Rio Antigo", de Francisco Agenor de Noronha Santos. Livro das Edições O Cruzeiro, publicação do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro. Na parte referente ao antigo Curato de Santa Cruz, o autor menciona a Ponte dos Jesuítas, destacando a sua importância como mecanismo regulador das enchentes e irrigação do solo da região.

"Itinerário da Independência", de Eduardo Canabrava Barreiros. Coleção Documentos Brasileiros, Vol. 151, Livraria José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1972. Livro em que o autor reconstitui o caminho existente em 1822, entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, bem como o itinerário de D. Pedro I, do Paço Real de São Cristóvão às margens do riacho Ipiranga. Esta obra traz importantes informações sobre as vilas, povoados, lugarejos, fazendas, pousos e ranchos ao longo do trajeto e contém dados interessantes sobre a Real Fazenda de Santa Cruz.

"Notas sobre o Rio de Janeiro e partes meridionais do Brasil". Livro de autoria de John Luccock, publicado pela Editora Itatiaia (SP) em 1975 e traduzido por Milton da Silva Rodrigues. Luccock, um pintor inglês, fixou residência em Sepetiba, deixando importantes informações sobre Santa Cruz, Itaguaí e arredores.

"Viagem no interior do Brasil", de Johann Emmanuel Pohl. O autor era um naturalista austríaco, formado em medicina, mas apaixonado pela botânica. Esteve em Santa Cruz em 1817, juntamente com Thomas Ender e os Drs. Spix e Martius. O livro faz referências à Sepetiba, Itaguaí, Engenho do Piai e observações sobre a Fazenda Real de Santa Cruz.
    
"Dez Anos no Brasil", de Carlos Seidler. Livro publicado pela Editora Martins (SP), em 1976. Seidler, um viajante alemão, faz referências principalmente as estradas que passavam por Santa Cruz e conduziam as caravanas, ora para Minas Gerais, ora para São Paulo. Cita os principais produtos obtidos em Santa Cruz naquela época e menciona a importância da Vila de Itaguaí.

"Donos do Rio em nome do Rei", de Fannia Fridman. Jorge Zahar Editores e Garamond. Livro que conta uma história fundiária da cidade do Rio de Janeiro. No capítulo intitulado "Santa Cruz, a Jóia da Capitania", a autora faz inúmeras referências à obra do historiador Benedicto de Freitas. 
    
"Notas geológicas sobre a Baixada de Santa Cruz", de Alberto Ribeiro Lamego. Avulso nº 4 do Serviço Geológico e Mineralógico do Ministério da Agricultura, outubro de 1936.

"Em Santa Cruz", de Ulisses Aguiar. Texto publicado na Revista da Semana de 12/11/1929. A Seção de Periódicos da Biblioteca Nacional e a Biblioteca do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro possuem exemplares dessa Revista.

 "Engenharia Colonial", de Afonso de E. Taunay. In: Assuntos de três séculos coloniais (1598-1790). São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 1944, p, 187-9. O artigo faz referência às obras hidráulicas dos jesuítas em Santa Cruz, com menção especial a ponte e transcrição da inscrição latina, sem apresentar a respectiva tradução.

"Marco da Fazenda de Santa Cruz", de Francisco Agenor de Noronha Santos. Abril e Novembro de 1945, 6 p. datilografado. Trabalho inédito do autor existente no antigo DPHAN, Edifício MEC, 5° andar. Biblioteca.

"Rua Campeiro-Mor, Santa Cruz", de Francisco Agenor de Noronha Santos. Outubro de 1945, 7 p. datilografado. Trabalho inédito do autor existente no antigo DPHAN, Edifício MEC, 5° andar. Biblioteca. 
     
"Anais do Museu Histórico Nacional". Vol. XXV, 1974. Contendo artigo intitulado "Louça de D. Pedro II", de autoria de Jenny Dreyfus que faz alusão à louça utilizada no Palácio Imperial de Santa Cruz.

"Resenha Analítica de Livros e Documentos do Arquivo Geral da Prefeitura", de Francisco Agenor de Noronha Santos. Contém informações importantes sobre o Matadouro Público de Santa Cruz, Escola de Santa Isabel e Escola imperial Fazenda de Santa Cruz, além de outras referências.

"ECOS - A Fazenda de Santa Cruz - Notas Históricas", de Melo Moraes Filho. P. 44 e 93, 3° volume da Revista do Archivo do Districto Federal, 1896.

"Revista Vida Carioca", números 1, 3 e 13, janeiro a julho de 1921. Contendo vários artigos alusivos a Santa Cruz, um dos quais fazendo comentários sobre a eleição do Coronel Honório Pimentel a Deputado pelo 2° Distrito.

"O Rio Histórico - A Estrada Real de Santa Cruz". Jornal do Brasil, 30 de setembro de 1928.

"Santa Cruz e suas tradições". Revista pelo Brasil. Ano I, nº 2, 25 de outubro de 1928. 
                                                                                                                                   
"Viagem ao interior do Brasil", de John Mawe. Livro impresso pela Editora Itatiaia, São Paulo, 1978. Mawe era mineralogista, esteve em Santa Cruz em 1809, recebendo a incumbência do Príncipe D. João VI para administrar a Fazenda, o que fez muito a contragosto.

"Reminiscências de Viagem e permanência no Brasil", de Daniel Parish Kidder. Impresso pela Livraria Martins, São Paulo, 1940. Tradução de Moacyr Vasconcelos. O autor era pastor da Igreja Metodista, tendo sido um dos primeiros evangélicos a pisar nas antigas terras dos jesuítas.
   
"Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil", de Jean Baptiste Debret. Impresso pelo Círculo do Livro, São Paulo. Debret veio para o Brasil em 1816 juntamente com os demais membros da Missão Artística Francesa. Pintou a gravura do antigo palácio imperial, ao qual denominou "Vista do Castelo Imperial de Santa Cruz", prancha 33, bastante divulgada em livros de História do Brasil.

"Diário de uma viagem ao Brasil", de Maria Graham. Na sua segunda visita ao Brasil, a autora esteve em Santa Cruz pintando o Palácio Imperial em 23 de agosto de 1823. O trabalho original encontra-se na coleção do Museu Britânico.

"Fatos sobre a história de Santa Cruz", de José Roque Moreira Gonçalves. Importante trabalho sob a forma de literatura de cordel de um poeta que possui um grande conceito entre cantadores e cordelistas do Rio de Janeiro, sendo um dos fundadores da ARCOB - Associação de Repentistas e Cordelistas do Brasil.

"Viagem à Santa Cruz - História e Poesia", de Pedro de Assis. Com inúmeras ilustrações produzidas por alunos da 5ª série da Escola Municipal Sindicalista Chico Mendes. Edição de 1998. Livro que conta de forma poética, a história de Santa Cruz, sobretudo, os índios e os negros que, juntamente com o branco colonizador, construíram, com seu trabalho o futuro de Santa Cruz e do Brasil. 
                                     
“Santa Cruz: Uma Paixão”, de Nireu Cavalcanti. Coleção Cantos do Rio, Editora Relume Dumara, Rio de Janeiro, 2003. Para o autor quem chega a Santa Cruz pela Avenida Brasil talvez não tenha idéia da fascinante história do bairro, nem que ela seja anterior à chegada da Corte Portuguesa ao Brasil. Também nem imagina que esse lugar foi literalmente a porta de entrada da Modernidade no Brasil. Em sua pesquisa, Nireu nos leva a conhecer a trajetória do lugar, de fazenda jesuítica, a refúgio dos monarcas, bairro proletário e sede de indústrias. Para ele Santa Cruz surpreende pelos seus monumentos históricos, valiosos para toda a cidade, como o hangar do Zeppelin - o único do Brasil, que permanece até hoje na Base Aérea. Ou pelos casarões que abrigavam fazendas, agora sedes de escolas e centros culturais. Além da Ponte dos Jesuítas, um marco entre as obras de engenharia do período colonial.
                              
“Rumo ao Campo Grande por trilhas e caminhos”. Livro de autoria de José Nazareth de Souza Fróes e Odaléa Ranauro Ensenãt Gelabert. Impresso pela Gráfica Burner, Rio de Janeiro, 2004. Traz uma série de fatos relativos à história de Campo Grande, fatos esses que também estão relacionados à história de Santa Cruz. A obra é uma importante contribuição ao trabalho de homens e mulheres, de diferentes culturas e raças que ajudaram na formação da verdadeira história da região de Campo Grande e seus arredores.

“A História de uma Freguesia do Arcebispado do Rio de Janeiro revista e documentada”. Livro de autoria de José Nazareth de Souza Froes. Impresso pela COPIARTE. Rio de Janeiro, 2006. Nele o autor apresenta uma minuciosa pesquisa sobre a Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, a fundação da sua Igreja Matriz, a formação de sua povoação, a criação de suas primeiras capelas e paróquias, mostrando a ligação com a Estrada Real de Santa Cruz e a Fazenda dos Jesuítas, desde a Colônia até a República.

“O Velho Oeste Carioca: História da Ocupação da Zona Oeste Carioca (De Deodoro a Sepetiba) do século XVI aos dias atuais”. Escrito por André Luis Mansur. Ibis Libris, Rio de Janeiro, 2008. Neste livro, Mansur reúne um farto material de pesquisadores locais, bem como de autores reconhecidos, e apresenta uma visão minuciosa da região, que vai desde o Campo dos Afonsos até Sepetiba, percorrendo o trajeto da antiga Estrada Real de Santa Cruz e seus arredores.

“O Velho Oeste Carioca: Mais Histórias da Ocupação da Zona Oeste Carioca (De Deodoro a Sepetiba) do século XVI ao XXI”. Escrito por André Luís Mansur. Ibis Libris, Rio de Janeiro, 2011. Neste segundo volume, Mansur continua a contar mais histórias do passado dessa região. Desta vez mescla a pesquisa documental com a tradição oral dos moradores da região. Citando também entre outros fatos, a história de Santa Cruz, os escravos músicos da Fazenda, a presença dos imperadores e viajantes estrangeiros, além de curiosas histórias sobre os trens e as estações da Central nesse ramal.

“Meu Bairro”. Livro de autoria do Prof. Nilton Figueiredo de Almeida. Rio de Janeiro, Edição 2010. Nele o autor traz detalhes que identificam os bairros da cidade do Rio de Janeiro, numa publicação que pretende resguardar e preservar a história dos bairros da cidade. Na página 188, fornece informações importantes sobre a história de Santa Cruz.

“Santa Cruz: de legado dos jesuítas a pérola da Coroa”. Escrito e organizado por Carlos Engemann e Marcia Amantino. EdUERJ, Rio de Janeiro, 2013. Neste excelente trabalho os autores estudam a história da Fazenda de Santa Cruz, na área do atual bairro do mesmo nome, com base em documentação existente nos autos de inventários e sequestros da Fazenda em diferentes anos, entre 1759 e 1801. A pesquisa divide-se em três partes. Na primeira, aborda a administração jesuítica; na segunda trata do cotidiano dos escravos que ali trabalhavam; e, por último, enfoca os administradores do período em que a fazenda esteve sob a tutela governamental, portuguesa ou brasileira.

Também merecem ser citadas como importantes contribuições, um conjunto de monografias, teses de mestrado e vários outros artigos produzidos nas mais diversas instituições. Entre eles podemos citar:

"A Fazenda de Santa Cruz e a Política Real e Imperial em relação ao Desenvolvimento Brasileiro - 1790 - 1850". Dissertação apresentada por Sônia Bayão Rodrigues Viana para obtenção do grau de Mestre em História pela UFF, em 1974, orientada pelo Prof. Richard Graham. 100 páginas. Trabalho cujo objetivo é estudar a Fazenda de Santa Cruz, latifúndio formado pelos padres jesuítas e mais tarde transformado em propriedade nacional, dentro do contexto geral do desenvolvimento brasileiro e, mais particularmente, da própria cidade do Rio de Janeiro no qual ela se insere.

"A Fazenda de Santa Cruz e a crise do Sistema Colonial (1790 - 1815)". Ensaio de autoria de Sônia Bayão Rodrigues Viana. Coordenado e introduzido por Richard Graham, UFF, 1974. 63 páginas.
     
"A Fazenda de Santa Cruz - Comércio de abastecimento do Rio de Janeiro no período joanino". Monografia de Bacharelado de autoria de Geórgia da Costa Tavares. Arquivo Nacional. Trabalho que mostra a importância da Fazenda como importante centro de abastecimento para a população da Cidade naquele período. 
                                                                                                                                  
"Os servos de Santo Inácio a serviço do Imperador: demografia e relações sociais entre a escravaria da Real Fazenda de Santa Cruz, RJ (1790-1820)". Dissertação de Mestrado em História Social de autoria de Carlos Engemann, com orientação do Professor Manolo Florentino, UFRJ, 2002. O estudo mostra as práticas sociais desenvolvidas pelos escravos da Real Fazenda de Santa Cruz perante suas contingências históricas, a partir de uma abordagem demográfica
O autor explica os efeitos da administração real sobre a escravaria da fazenda e como esta alterou a estrutura da sua vida cotidiana. Foram investigadas características como a proporção populacional entre os sexos segundo a idade, mortalidade, fugas e transferência de mão-de-obra. O objetivo buscado foi o de observar como os artifícios disponíveis aos escravos foram manuseados no caso de Santa Cruz, para que a pesquisa desenvolvida pudesse fornecer instrumentos teóricos e metodológicos para o estudo da escravidão em termos mais amplos.

"De chão religioso a terra privada: o caso da Fazenda de Santa Cruz". Trabalho em forma de tese de autoria de Fania Fridman publicado em Cadernos IPPUR, v. 15/16, n. 2/1, agosto/julho, 2001/2002. O estudo mostra a importância dos padres jesuítas no desenvolvimento das terras santa-cruzenses.

"Os Músicos Negros - Escravos da Real Fazenda de Santa Cruz no Rio de Janeiro (1808-1832)". Dissertação de Mestrado na área de História Social de autoria de Antonio Carlos dos Santos, UNESP, 26 de agosto de 1998. Apresenta uma análise da atividade musical dos músicos negros, escravos e libertos, na Real Fazenda de Santa Cruz (RJ) e na cidade do Rio de Janeiro, principalmente a partir do período joanino (1808 a 1821). Seu enfoque cultural procura afirmar a participação do homem negro e seus descendentes na vida social da Corte e sua aristocracia. Ao resgatar a atividade musical dos escravos negros da Real Fazenda de Santa Cruz e a produção de compositores como Marcos Portugal e José Maurício Nunes Garcia, o autor apresenta uma importante contribuição sobre a produção musical brasileira do período, e uma revisão de opiniões que ignoram o papel do negro na atividade musical erudita. O trabalho foi apresentado numa dissertação de mestrado ao Programa de Pós-Graduação em História da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e depois publicado em livro pela Anablume Editora; Fapesp, em 2009.

"Santa Cruz também é Brasil, Nossa Terra, Nossa União". Monografia de Bacharelado de autoria de Márcia Maria Rocha. Trabalho que mostra a história de Santa Cruz e as várias formas de expansão urbana. FEUC - Fundação Educacional Unificada Campo-grandense. Campo Grande, Rio de Janeiro, 1997.
                                                    
"Comunidade, Família e Práticas Sociais entre os Cativos da Real Fazenda de Santa Cruz, RJ, 1791". Trabalho de autoria de Carlos Engemann para o curso de graduação em História da UFRJ, com orientação de Cacilda da Silva Machado, 1999.

“Escola Mixta da Fazenda Imperial de Santa Cruz: estrutura e organização de um modelo de ensino profissional no final do século XIX”. Dissertação de Mestrado do Curso de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, de autoria de Adriana Valentim Beaklini, 2005. No texto a autora ressalta a importância da Escola Mixta da Imperial Fazenda de Santa Cruz como uma das primeiras escolas oficinas do país, mantida por D. Pedro II, e analisa a diferença em relação a outras instituições educativas que já existiam no Brasil daquela época.

“Memória e História Política de Santa Cruz: vista através dos pequenos jornais de bairros”. Autor: Antonio Nascimento Souza. Trabalho produzido em forma de monografia apresentado ao Instituto Municipal de Arte e Cultura (Rio-Arte) como exigência contratual (Processo Administrativo nº 12/100.579.2003) de prestação de serviços de projeto cultural mediante retribuição sob a forma de bolsa. Rio de Janeiro, 2005. Nele o autor apresenta fatos importantes sobre a história local, a memória do jornalismo e da imprensa em Santa Cruz.
                                                                                                                              
“Coronelismo e Chaguismo na Zona Oeste do Rio de Janeiro: Clientelismo ou o Coronel e o caso das bicas d’água do Mendanha”. Dissertação de autoria de Nelson Ricardo Mendes Lopes. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2007. Neste trabalho o autor analisa o conceito de clientelismo e associa as práticas clientelistas do período da Primeira República com o período do Chaguismo tendo como base o campo político da Zona Oeste do Rio de Janeiro, principalmente o bairro de Campo Grande e o sub-bairro do Mendanha. Trazendo também importantes informações sobre a história de Santa Cruz e outras áreas da cidade.

“Das Terras de Piracema ao Ecomuseu do Quarteirão: a resposta cultural de Santa Cruz”. Odalice Miranda Priosti. Monografia de Bacharelado. Rio de Janeiro, UNIRIO, Escola de Museologia: 1997. Neste trabalho a autora escreve a história de Santa Cruz dos seus primórdios até a fundação do Ecomuseu, no bairro do mesmo nome.

“Práticas de saúde, doenças e sociabilidade escrava na Imperial Fazenda de Santa Cruz, da segunda metade do século XIX”. Autor: Júlio César Medeiros da Silva Pereira. Tese de doutorado desenvolvida na Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009. Trabalho cujo objetivo é verificar as principais doenças que acometiam os escravos da Imperial Fazenda de Santa Cruz, entre 1861 e 1867. No texto, o autor utiliza como fonte os livros do jornalista e historiador Benedicto de Freitas, citando inúmeros fatos sobre a história de Santa Cruz.

“Lima Barreto, o Centro e a Estrada Real de Santa Cruz”. Monografia de graduação de autoria de Danielle Mariana Maia Rosa. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2012. Neste excelente trabalho a autora descreve a narrativa de Lima Barreto através do conto “Manel Capineiro” que tem como “pano de fundo” a antiga Estrada Real de Santa Cruz através de descrições sobre a história da Fazenda e de personagens curiosos que vivem nas proximidades da estrada de ferro, e afastados dos grandes centros urbanos.

“A aplicação da política indigenista pombalina nas antigas aldeias do Rio de Janeiro: dinâmicas locais sob o Diretório dos Índios (1758-1818). Autor: Luís Rafael Araújo Corrêa. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2012. Na página 341, o autor faz importantes observações sobre contendas por terras na Aldeia de São Francisco Xavier de Itaguaí, a luta dos índios contra a extinção da mesma e sobre o interesse dos jesuítas em haver uma aldeia instalada nas imediações da sua grandiosa fazenda de Santa Cruz, e também sobre o interesse da família Sá e das autoridades coloniais em tirar proveito dos serviços dos índios.

“Do NOPH ao Ecomuseu de Santa Cruz: representações no jornal NOPH (1983-1990) e no jornal O Quarteirão (1993-2000). Rio de Janeiro, Brasil”. Programa de Pós-Graduação em Educação, UFRGS, Porto Alegre, 2013. Neste trabalho, a autora Claúdia Feijó da Silva apresenta como foco principal de estudo as representações sobre patrimônio, museu, ecomuseu e museu comunitário noticiadas nos periódicos do NOPH (Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz) e O Quarteirão. Descrevendo momentos de atuação distintos na trajetória da pesquisa sobre a história de Santa Cruz.

"Trabalho escravo numa grande propriedade rural: a Real Fazenda de Santa Cruz". Artigo completo de autoria de Corcino Medeiros dos Santos. In Revista de Estudos Históricos, v. 16, p. 51-70, 1977.

“Educação jesuítica e crianças negras no Brasil Colonial”. Artigo de autoria de Amarilio Ferreira Júnior e Marisa Bittar. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 80, nº 196, p. 472-482, set/dez. 1999. Artigo que realça um aspecto pouco estudado da história da educação brasileira no período colonial: a educação de crianças negras nos colégios jesuíticos, onde os autores citam com detalhes o trabalho dos jesuítas na antiga Fazenda de Santa Cruz (RJ). 
                                                                                                                    
“Santa Cruz e a Fazenda Nacional: notas sobre a situação fundiária”. Artigo de autoria de Antônio Augusto Veríssimo. Coleção Estudos Cariocas, Secretaria Municipal de Urbanismo, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, agosto de 2004. No texto, o autor descreve as particularidades do processo de formação histórica do regime de propriedade da terra na região de Santa Cruz e a sua situação fundiária.
 
“Mais do que Dando Nomes a Bois: Nomes e Sobrenomes na Fazenda de Santa Cruz (RJ, 1759-1817)”. Artigo de autoria de Carlos Engemann, Professor do Programa de Mestrado em História, Universidade Salgado de Oliveira. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH, São Paulo, julho/2011. Neste trabalho o autor escreve sobre a Fazenda de Santa Cruz e seus inventários, e explica quais os critérios utilizados para a escolha de nomes entre os cativos daquela que foi uma das maiores fazendas do Brasil.

"Vestígios dos padres Jesuítas no bairro de Santa Cruz". Autora: Sheila Luiza de Paiva. Artigo apresentado à Universidade Estácio de Sá como requisito de Trabalho Final de Curso de Licenciatura em História. Prof. orientador: Ricardo Luiz Mosna Ferreira da Silva, Rio de Janeiro 2018. Cuja história nos remete ao futuro surgimento do bairro de Santa Cruz. Este trabalho tem a intenção de ressaltar a valiosa herança histórica deixada pelos inacianos e valorizar uma região por muitas vezes esquecida pelo poder público.

"Viajantes estrangeiros na zona oeste carioca no século XIX". Escrito por Adinalzir Pereira Lamego. Editora Fi, São Paulo, 2018. Este livro se propõe a contribuir no levantamento dos relatos de viajantes estrangeiros no Rio de Janeiro do século XIX, relacionando um conjunto de textos sobre a passagem desses viajantes pelo chamado Velho Oeste Carioca. Além disso, faz também uma análise desses relatos enquanto construções discursivas e ideológicas. Na elaboração desse trabalho, foi utilizado principalmente o acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Biblioteca do Itamarati e do Arquivo Nacional. Sendo pesquisados também outros acervos menores tais como: a Biblioteca do NOPH - Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz. Citando vários outros livros e artigos de autores locais. 
 
Também foi muito importante a participação da imprensa em Santa Cruz, cujas origens remontam a 1894, quando circulou na região, aquele que foi o seu primeiro jornal, denominado "O Curato". Além dele poderíamos citar "O Santa Cruz" e o "Santacruzense" que circularam respectivamente em 1908, 1909 e 1911, "O Defensor" e "O Estudante" (1938), "O Semeador", "O Triângulo" (Décadas de 1920 e 1930), "A Renascença", "Imprensa Rural" (1949-1959) e também algumas revistas como a "Poliantéa de Santa Cruz" publicada pela Sociedade Musical Francisco Braga em 30 de dezembro de 1933 e que hoje representa uma verdadeira raridade, não se encontrando um exemplar nem mesmo na Biblioteca Nacional. Essa revista se constitui numa grande contribuição para a história local contendo artigos de autores diversos, focalizando o desenvolvimento econômico, aspectos sociais, religiosos e outros temas variados.